[ A cidade irá permanecer depois da minha morte:
irá permanecer em metamorfose de claridade
o céu esvanecendo a reminiscência duma elipse
num sentido ainda vago pelas ausências.
Cumprirá a norma habitual das regras eruditas,
a de exercer a utopia num casulo de teias indeléveis
só perceptíveis nas mais obscuras noites
onde os sonhos abusam dos olhos comovidos.
Irá permanecer nas vielas duma probabilidade
insondáveis, de mistérios irrevelados,
insolúveis, mas destros de memórias,
doutros tempos, do tempo ausente, de ontem.
Irá permanecer com a mesma célere inconsciência
de raizes demoradas sobre a terra, na solidão dos dias
e irá até o limite a luminescência da noite
flutuando sobre o infinitos de outras vidas interinas. ]
Vieira Calado
irá permanecer em metamorfose de claridade
o céu esvanecendo a reminiscência duma elipse
num sentido ainda vago pelas ausências.
Cumprirá a norma habitual das regras eruditas,
a de exercer a utopia num casulo de teias indeléveis
só perceptíveis nas mais obscuras noites
onde os sonhos abusam dos olhos comovidos.
Irá permanecer nas vielas duma probabilidade
insondáveis, de mistérios irrevelados,
insolúveis, mas destros de memórias,
doutros tempos, do tempo ausente, de ontem.
Irá permanecer com a mesma célere inconsciência
de raizes demoradas sobre a terra, na solidão dos dias
e irá até o limite a luminescência da noite
flutuando sobre o infinitos de outras vidas interinas. ]
Vieira Calado