sexta-feira, 29 de fevereiro de 2008

“Você viaja para reviver o seu passado? Você viaja para reencontrar o seu futuro?”

Toda vez que chego a Pernambuco relembro desse questionamento, onde Marco Polo ‘imagina responder’ a Kublai Khan que quando entra numa cidade e vê alguém numa praça, uma vida ou o instante poderiam ser seus, ele poderia estar no lugar daquela pessoa. Que quanto mais se perde em ‘bairros desconhecidos de cidades distantes’, melhor compreende as outras cidades; aprendera a conhecer o ‘porto de onde havia zarpado e os lugares semelhantes de sua juventude, e os arredores de sua casa, e uma pracinha em que corria quando era criança...’


[RUA DO BOM JESUS ... DE MADRUGADA!!!] BY CACO ...


Toda vez que volto a Vitória reencontro um passado que já não lembrava: ’a surpresa daquilo que deixou de ser ou deixou de possuir revela-se nos lugares estranhos, não nos conhecidos’. Aquilo que procuro está dentro de mim. É um passado que muda de acordo com os dias, à medida que os eles passam transformando o tudo de recente a remoto.

Voltei com a certeza de que não posso parar devo seguir, prosseguir até outra cidade, onde outro passado me aguarda, ou algo de um possível futuro e que agora é o presente de outra pessoa.

terça-feira, 26 de fevereiro de 2008

Formada por duas ilhas e ligada ao continente por dez pontes, o Centro de Recife exibe orgulhoso as construções de estilo eclético, que outrora lhe renderam o apelido de Paris dos trópicos. Por ali, diz a lenda, os rio Capibaribe e Beberibe deságuam no mar dando origem ao oceano. Motivo de orgulho são as Rua do Sol, Rua da Aurora e tantas outras que não viraram ‘rua doutor fulano de tal’, como predizia o verso de Manuel Bandeira.




[A poesia mora nas ruas antigas ...]

segunda-feira, 11 de fevereiro de 2008

Quando fiz o blog a minha idéia era mostrar alguns dos meus olhares. Hoje percebi que estou omitindo alguns: os tristes. Cansei de esconder sentimentos ...

Estou em fase de aprendizagem, e nos ultimos dias aprendi (ou confirmei) que:
- amores eternos podem acabar em uma 'noite';
- que o amor, sozinho, não tem a força que imaginei;
- que grandes amigos podem se tornar grandes inimigos;
- que ouvir os outros é o melhor remédio, só que as vezes, o pior veneno;
- que agente nunca conhece uma pessoa de verdade, afinal levamos uma vida inteira pra tentar nos conhecer;
- que os poucos amigos que te apóiam na queda, são muito mais fortes dos que te empurram;
- que o 'nunca mais', nunca se cumpre;
- que o 'para sempre', sempre acaba;
- que vou cair e levantar milhões de vezes, e ainda assim não vou ter aprendido 'tudo' ...

Estou num novo começo. Zerando tudo, até os conceitos!

Enfim ... Fim!

quarta-feira, 6 de fevereiro de 2008



http://www.fotolog.com/pin/34412519

Bem que to tentando, mas tá dificil ...

domingo, 3 de fevereiro de 2008



[02 fevereiro] [ dia de festa no mar] [dia de Yemanjá]

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Nas águas de Amaralina

(Martinho da Vila e Nelson Ruffino)

Fui pra's águas do mar de Amaralina
com mágoas de mais em cima
Aos meus sonhos juntei perfume e flores,
desejos, temores

Prometi novamente voltar pra's águas

Se a força do mar me vingasse as mágoas
Esperei, me curvei
e na terceira onda entreguei pra Jana
Ína, meu amor!
Vaidosa e brejeira, Mãe menina

Janaína ê ê Janaína...
Devolveu perfume e flor, que sina!

Mas, um velho me falou
Que Jana jamais bancou
Vinganças no desamor e então,
voltei ao mesmo lugar,
com peito aberto sem dor
Aí o meu coração sarou

Ína, meu amor!
Vaidosa e brejeira, Mãe menina

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[ dia de festa no mar]
Onde todos vão deixar seus presentes
,
flores, dinheiro e cartinhas com pedidos, para serem levados à tarde nos balaios que serão jogados em alto mar.
É única grande festa religiosa baiana que não tem origem no catolicismo e sim no candomblé. Dia 2 de fevereiro é dia de N.Sra. das Candeias, na liturgia católica, e esta Nossa Senhora é mais freqüentemente paralelizada com Oxum, a vaidosa deusa das águas doces.
Yemanjá, rainha do mar, é também conhecida por 'dona Janaína', 'Inaê', 'Princesa de Aiocá' e 'Maria', no paralelismo com a religião católica. Aiocá é o reino das terras misteriosas da felicidade e da liberdade, imagem das terras natais da África, saudades dos dias livres na floresta (AMADO,1956;137).

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[Arquétipo de Iemanjá]

por Lydia Cabrera, sua filha, certamente a mais competente de todas aquelas que nos foi dado o prazer de conhecer:

"As filhas de Iemanjá são voluntariosas, fortes, rigorosas, protetoras, altivas e, algumas vezes, impetuosas e arrogantes; têm o sentido da hierarquia, fazem-se respeitar e são justas mas formais; põem à prova as amizades que lhes são devotadas, custam muito a perdoar uma ofensa e, se a perdoam, não a esquecem jamais. Preocupam-se com os outros, são maternais e sérias. Sem possuírem a vaidade de Oxum, gostam do luxo, das fazendas azuis e vistosas, das jóias caras. Elas têm tendência à vida suntuosa mesmo se as possibilidades do cotidiano não lhes permitem um tal fausto".