[02 fevereiro] [ dia de festa no mar] [dia de Yemanjá]
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Nas águas de Amaralina
(Martinho da Vila e Nelson Ruffino)
Fui pra's águas do mar de Amaralina
com mágoas de mais em cima
Aos meus sonhos juntei perfume e flores,
desejos, temores
Prometi novamente voltar pra's águas
Se a força do mar me vingasse as mágoas
Esperei, me curvei
e na terceira onda entreguei pra Jana
Ína, meu amor!
Vaidosa e brejeira, Mãe menina
Janaína ê ê Janaína...
Devolveu perfume e flor, que sina!
Mas, um velho me falou
Que Jana jamais bancou
Vinganças no desamor e então,
voltei ao mesmo lugar,
com peito aberto sem dor
Aí o meu coração sarou
Ína, meu amor!
Vaidosa e brejeira, Mãe menina
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[ dia de festa no mar]
Onde todos vão deixar seus presentes, flores, dinheiro e cartinhas com pedidos, para serem levados à tarde nos balaios que serão jogados em alto mar.
É única grande festa religiosa baiana que não tem origem no catolicismo e sim no candomblé. Dia 2 de fevereiro é dia de N.Sra. das Candeias, na liturgia católica, e esta Nossa Senhora é mais freqüentemente paralelizada com Oxum, a vaidosa deusa das águas doces.
Yemanjá, rainha do mar, é também conhecida por 'dona Janaína', 'Inaê', 'Princesa de Aiocá' e 'Maria', no paralelismo com a religião católica. Aiocá é o reino das terras misteriosas da felicidade e da liberdade, imagem das terras natais da África, saudades dos dias livres na floresta (AMADO,1956;137).
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[Arquétipo de Iemanjá]
por Lydia Cabrera, sua filha, certamente a mais competente de todas aquelas que nos foi dado o prazer de conhecer:
"As filhas de Iemanjá são voluntariosas, fortes, rigorosas, protetoras, altivas e, algumas vezes, impetuosas e arrogantes; têm o sentido da hierarquia, fazem-se respeitar e são justas mas formais; põem à prova as amizades que lhes são devotadas, custam muito a perdoar uma ofensa e, se a perdoam, não a esquecem jamais. Preocupam-se com os outros, são maternais e sérias. Sem possuírem a vaidade de Oxum, gostam do luxo, das fazendas azuis e vistosas, das jóias caras. Elas têm tendência à vida suntuosa mesmo se as possibilidades do cotidiano não lhes permitem um tal fausto".
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