quinta-feira, 14 de agosto de 2008



[modificação pós férias - voltando a rotina - abrindo espaços]

Necessitei fazer modificações no 'apartamento'. Há muito já devia ter feito, mas por falta de tempo, comodismo, ou sei lá o que não tinha tido a coragem de iniciar. Fazem mais de 30 dias que comecei e ainda não consegui colocar as coisas em ordem. Na verdade, terei de descobrir qual a nova ordem, pois nada voltará a ficar como antes, o que é bom, pois renovou,abriu espaços, mudou a aparência externa, o que refletiu no interior de cada um visto que está proporcionando mais prazer para quem necessitava que tais modificações fossem realizadas e está mais adaptado às necessidades reais.
Muitas coisas que foram descartadas estiveram guardadas durante anos como sendo algo importante e, no entanto, nem lembrávamos delas, Qual a importância, então, se delas pudemos prescindir durante tanto tempo?
Na realidade foi um saudável exercício de desapego.
Creio que o fato de ter que fazer uma revisão atenta de tudo, de encontrar coisas esquecidas que estavam preenchendo espaços físicos, mas que não habitavam mais em minha memória, leva a repensar o porquê de tais atitudes.
Trabalhamos bastante para ter condições de comprar coisas que necessitamos (para encher espaços ou inflar o ego), depois nos queixamos do excesso. E assim vamos levando a vida num eterno desconforto, reclamando de algo por excesso ou por falta. Onde está o equilíbrio? Ele existe como fruto de nossas escolhas e ações. E, assim como mudar para voltar a ser o que era antes é exemplo de involução, mudar para estabelecer a mesma ordem é o mesmo que repetir os erros, trocar uma relação por outra semelhante (o que é muito comum, geralmente porque o erro está na pessoa que reincide).
Entre papéis já sem valor, roupas em desuso, recordações boas e outras nem tanto vou garimpando, abastecendo a memória, reciclando sentimentos, doando os excessos, que supriram carências e que hoje só servem para nos deixar ilhado no passado sem transpor em definitivo as pontes que nos levarão a novos rumos. É certo que muitas vezes é o medo de empreender certas travessias que nos deixa prisioneiros no tempo já esgotado.
Então o acertado é olhar à frente, explorar novas possibilidade, novos caminhos sempre procurando equilíbrio para não viver em descompasso consigo, com os outros com o ambiente de modo a estabelecer bons fluxos de energia que não são permitidos quanto há excesso quer de coisas materiais que impedem a liberdade de movimento ou de emoções não trabalhadas, não elaboradas que impedem o crescimento.

Abrir espaços é libertar-se, abrir clareiras externas e internas, deixar que sentimentos sejam exteriorizados e se transformem, pois como diz Zeca&Fagner, "sentimento ilhado, morto amordaçado volta a incomodar."

Obrigada... R².C.

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