terça-feira, 23 de dezembro de 2008

[Recife Antigo. 2007.]

[ Passamos a vida em busca da felicidade!]
Procurando o tesouro escondido.
Corremos de um lado para o outro esperando descobrir a chave da felicidade.
Esperamos que tudo que nos preocupa se resobva num passe demágica.
E achamos que a vida seria tão diferente, se pelo menos fôssemos felizes.
E, assim, uns fogem de casa para serem felizes
e outros fogem para casa para serem felizes.
Uns se casam para serem felizes e outros se divorciam para serem felizes.
Uns fazem viagens caríssimas para serem felizes
e outros trabalham além do normal para serem felizes.

Uma busca infinda.
Anos desperdiçados.

Nunca a lua está ao alcance da mão,
nunca o fruto está maduro, nunca o vinho está no ponto.
Sombras, lágrimas. Nunca estamos satisfeitos.
Mas, há uma forma melhor de viver!
A partir do momento em que decidimos ser felizes,
nossa busca da felicidade chegou ao fim.
É que percebemos que a felicidade não está na riqueza material,
na casa nova, no carro novo,
naquela carreira,
naquela pessoa.
E jamais está à venda.
Quando não conseguimos achar satisfação dentro de nós para ter alegria,
estamos fadados à decepção.

A felicidade não tem nada a ver com conseguir.

Consiste em satisfazer-nos com o que temos e com o que não temos.
Poucas coisas são necessárias para fazer feliz o homem sábio,
ao mesmo tempo tem que nenhuma
fortuna satisfaria a um inconformado.
As necessidades de cada um de nós são poucas.
Enquanto nós tivermos alguma coisa a fazer, alguém a amar,
alguma coisa a esperar, seremos felizes.
Saiba: A única fonte de felicidade está dentro de você, e deve ser repartida.
Repartir suas alegrias é como espalhar perfumes sobre os outros:
sempre algumas gotas acabam caindo sobre você mesmo.

Desejo muitas Felicidades!

[ estou indo ser feliz... ]

sábado, 6 de dezembro de 2008



[ a cura pela fala ]

- Então, diga-me, como a tirou de suamente?
-Bem, eu estava aterrorizado com a velhice e a morte. Eu lutei contra isso, mas às cegas. No desespero ataquei minha esposa e busquei refugio nos braços de alguém que não podia me dar refugio.

...

- De certa forma, eu o trai, Josef. Tenho sido desonesto com você. Completamente. Eu também me envolvi com uma mulher há alguns meses. Seu nome é Lou. Não tão diferente de sua Bertha. Linda garota. Eu me apaixonei. Ela parecia ser minha... minha mente gêmea... minha alma gêmea. Ela me fez crer que eu era o homem para quem ela estava predestinada e acreditei nela. E qunado me ofereci a ela, ela me rejeitou... em favor do meu melhor amigo no mundo. devo-lhe dizer, Josef, nem um dia se vai nem mesmo uma hora em que eu não pense nessa mulher.
- Ela é sua Bertha.
- Mas você está trabalhando dobrado, fazendo seu trabalho e o meu. Sou como a mulher mais covarde, não sou? Agachado nas suas costas. Deixando-o enfrentar todos os perigos. SOzinho. Você tem coragem!

...

- Sinto-me perdido. Não sei. Sinto que perdi a Lou. E você. Tudo, acho eu. Como tiraria Bertha da sua mente, e você tem uma fámilia? Você tem sua família e eu, minhas pretensões. Meu modo secreto de suportar minha solidão. Mas eu a glorifico, não? E não quero morrr sozinho. Não quero que meu corpo seja descoberto pelo fedor. Loume abrandou esse medo meu por um tempo. Mas você tem razão. Que ilusão!
- Friedrich!
- Qu ilusão...
- Friedrich... ela gosta de você. Ela foi ao extremos para ajudá-lo. Se suas lágrimas pudessem falar, o que diriam?
- Sinto tanta vergonha.
- Fale.
- Minhas lágrimas diriam que estamos livres. Ele nunca nos deixou sair até o Dr. Breuer abrir o portão.
- E a tristeza nas lágrimas?
- Não, não é tristeza. É um alívio. É um alívio. É a primeira vez que revelo minha solidão. Está se dissipando.
- O paradoxo. O isolamento só existe no isolamento. Uma vez compartilhado, se evapora. Meu querido amigo.
- Somos amigos.
- Sim.
- Gostei de dizer isso. Ninguém nunca me disse isso. Eu gosto disso. Gosto disso. Somos amigos.
- Friedrich!
- Isso é bom.
- Fique conosco está noite. Jante comigo e minha família.
- Não. Seria abandonar minha missão, Josef. É hora de nos separarmos...

...

Eramos amigos e nos tornamos estranhos um para o outro. É como tinha de ser. Não queremos ocultar, nem obscurecer o fato como se tivessemos de ter vergonha disso. Somos dois navios, cada qual com sua meta e seu curso. E finalmente, Dr. Breuer... nos tornamos estranhos um para o outro porque é a lei a qual estamos sujeitos.

...

- Faça uma boa viagem, meu querido amigo.

...

e Nietzche chorou...

...

Estava revendo as fotos de um final se semana em que a lógica da razão não se fez presente. Um vestido vermelho de R$1.650,00, um avião, uma Cidade Maravilhosa. Um casal firmando, afirmando, confirmando o amor diante de 300 pessoas. No final da noite, ou melhor no raiar do dia já não importava o valor do vestido vermelho, a sandália era a havaiana ao invés do salto 15. A madrinha aqui perdeu a linha no baile, junto com o padrinho. Os noivos foram em lua de mel, para a Cidade que nunca dorme, mas que fez calar, que fez o sono não vir durante esses 5 meses.

Todos falam que a vida continua, mas não enquanto... agora existe uma nova vida.

Os valores, parametros e medidas já não existem. Nem a Confiança. Passei a semana com a garganta doendo, tossindo, sentindo o nó inchada.

Cidade Maravilhosa é uma ova. Odeio rimas, mas essa foi de propósito. Podia deixar de existir Serve para "alongar" a distância até São Paulo.

Mais uma vez " Quando Nietzche chorou". Mas dessa vez por dever e casa. Precisava perceber, ou melhor, reconhecer nas falas e conversas do Dr. Breuer e Friedrich, como se repete(tia); nas relações com Bertha e Lou.

Engraçado ser ao mesmo tempo os 4 personagens.

Fui Nietzche quando me apaixonei por alguém que paracia ser minha alma Gêmea. Foi Lou em amar um amigo, enchergando sua genealidade, quando nem ele mesmo entendia. Fui Josef gostando de ter um amigo. Fui Bertha, a ilusão de refugio.

Mas sobretudo, sinto saudade da pessoa que se foi. Qua ainda está presente. Alguém que já foi o Josef (o analista); Nietzche (O analisado); Lou (a pretensão) e Bertha (a ilusão).

Porque? Eu ainda me pergunto: Por quê glorificar a solidão?

Porque o paradoxo, serve para fazer refletir...

...

domingo, 30 de novembro de 2008



[ Horóscopo de Dezembro de 2008 ]

Virgem - 23/08 a 22/09

O Sol em Sagitário ilumina temas de base de sua vida presente e passada. Até que ele tensione Saturno, que está em seu signo, a melhor pedida é investir em explorações íntimas, pois será isso que pode trazer luz sobre pontos escuros que pode ter ignorado até então. Conhecer seus limites e respeitá-los irá fazer de você alguém melhor e mais atualizado com seu momento presente, abandonando quimeras e ilusões a respeito de suas potencialidades. Também é importante respeitar seus limites quando você se vê pressionado por parceiros, sejam de trabalho ou de qualquer outra natureza. Isso ocorreu nos últimos dois meses, com a percepção de que é impossível controlar tudo e saber de antemão os passos de outras pessoas. Marte também transita este signo de investigação, mexendo com seus sentimentos íntimos. Alguém de sua intimidade pode ser o mensageiro que o levará a confrontar princípios e valores passados, necessidade de segurança e de ambiente feliz e abundante em contraposição com o personagem que você teve de criar para se relacionar com o mundo e seus desencantos. É a briga da descrença com a esperança, que, no fim das contas, sairá vencedora.

Até a Lua minguante em Virgem (19/12), você terá tudo claro e poderá cortar o que não interessa ou que não vingou direito de sua vida. Este é o movimento natural, próprio e esperado do ciclo. Se tem dúvidas, olhe de novo para os últimos meses e tenha certeza de que não está insistindo em pontos frágeis demais ou que o levaram para muito longe de uma zona confortável e gratificante.

Aproveite os últimos dias de dezembro para se conectar com sua natureza, buscando a simplicidade e o despojamento. Com a Lua nova em Capricórnio (27/12) iniciando um novo ciclo astrológico, favorável para você dimensionar novas conquistas pessoais e profissionais, é bom tirar o dia para mentalizar sucesso e prosperidade, que mesmo vindo por meio de trabalho duro, disciplina e senso de sacrifício, estarão a seu alcance nos próximos meses. Na mesma época, seu regente Mercúrio forma um aspecto forte com Saturno, indicando, portanto, o uso e a aplicação de força mental no sentido de entender e de organizar sua realidade, mas é importante que você espante pensamentos tristes e melancólicos no réveillon. Sacuda a preocupação com musica alegre, boa companhia e muita higiene mental.


Saúde

Saturno, há meses em seu signo, especialmente após a oposição que este planeta fez com Urano, pode ter significado um ponto de inflexão importante em sua saúde. Você também deve estar sentindo há tempos um cansaço maior de tudo. O desânimo e a melancolia - ou o nervosismo e a insônia e a tendência a se acidentar - também podem ter surgido com mais freqüência. Do ciclo de amadurecimento, Saturno representa o conhecimento, e, ao ignorarmos suas lições, ele nos envia um sinal vermelho para que aprendamos a respeitar nossos limites. Mas não é só: as limitações que ocorreram no ano que termina ainda irão perdurar até que Saturno termine seu trânsito por Virgem - e isso ainda demora.


Amor

O amor ronda seu ambiente de trabalho este mês. E esteja você casado ou solteiríssimo, será bom analisar direito para ver se vale a pena envolver sua vida pessoal nisso. A sua inclinação para relacionamentos estará forte a partir da Lua crescente em Peixes (5/12), que o envolve numa nuvem de magia e desejo por alguém que venha a ser um bálsamo de paz e entendimento em um momento de grandes questionamentos internos e reposicionamento.

A tendência aumenta conforme os dias forem passando. Como o Sol ilumina em dezembro sua vida íntima, seus sonhos e ideais, o grau de insatisfação fica maior, mesmo vivendo uma situação que até então foi satisfatória. Num contexto assim, qualquer aspecto astrológico mais tenso vai criar uma condição mais oscilante do que seria de se esperar. Assim é, por exemplo, entre os dias 9 e 12/12, quando diversos aspectos planetários instigam você a reagir e a discutir, brigando e se distanciando de pessoas queridas por inúmeros motivos. Marte quadratura Urano (12/12) é o pior deles, porque reflete uma situação íntima ou familiar em que você se sente invadido, com alguém mandando em você de um jeito intolerável. Se somar a isso o comportamento imprevisto, fora do esperado, de sua cara metade, namorado etc, terá o quadro de uma situação explosiva e tanto. Para quem passou as altas oscilações da oposição Saturno/Urano invicto, sem um arranhão no atual relacionamento, é bom ficar de olho para não agir impulsivamente e cutucar os brios e a paciência de seu par. Claro que isso se aplica aos virginianos que querem manter uma relação, já que para os que estão loucos para se livrar de algo insustentável, não poderá haver ocasião melhor do que dezembro, especialmente após a Lua minguante que ocorre em seu signo em 19/12.

Já na última semana, a sensualidade e a busca por mais satisfação pessoal dão o tom. A lunação em Capricórnio, em 27/12, planta a semente de algo novo. Por exemplo, se você iniciar um caso ou conhecer alguém nesta época, Júpiter vai proteger a relação, trazendo algo muito bom para você, além de entendimento físico e emocional, crenças e ideais semelhantes que podem vir junto. Plutão, que esta neste mesmo signo, recebe Mercúrio focando a transformação e regeneração afetiva e no próprio ato de amar e namorar. Daí em diante, é só você se conectar com o que de mais verdadeiro tem para repartir com alguém e vibrar nesta onda. Seu réveillon com certeza não será cinzento ou chato.


http://horoscopo.uol.com.br/mensais/ult1957u30.jhtm

quarta-feira, 19 de novembro de 2008




. romance .
. guel arraes . leticia sabatela . wagner moura .

[ A palavra paixão quer dizer sofrimento: paixão de Cristo, por exemplo. Quem diz que está apaixonado diz que está sofrendo por amor e, o que é mais incrível, está gostando de sofrer. Nas histórias românticas, amar significa sofrer. ]

Como não entrar em clima de romance após apaixonar-se ouvindo "O único sofrimento de amor é não ser correspondido" ?!?!

sexta-feira, 14 de novembro de 2008

[ saudade da boa música... ]

Ai que saudade tenho do meu Recife
Da minha gente que ficou por lá
Quando eu pensava, chorava, falava
Contava vantagem, marcava viagem
Mas não resolvia se ia

Vou-me embora
Vou-me embora
Vou-me embora
Pra lá
Mas tem que ser depressa
Tem que ser pra já

Eu quero sem demora
O que ficou por lá
Vou ver a Rua Nova, Imperatriz, Imperador

Vou ver, se possível
Meu amor.

texto: Frevo nº 2 do Recife - Antônio Maria (de 1953)

quarta-feira, 12 de novembro de 2008

[ Será ?!?!?! ]
Todos sentem fome de amar. Há filmes, novelas, teatro, romances, canções, poemas que falam de amor. É o amor uma arte a ser aprendida? Se for, exige esforço e compreensão. Ou é uma sensação agradável, algo em que você cai quando tem sorte?

Parece que a maioria vê a questão do amor no sentido de ser amado, ao invés de amar alguém. Para tais pessoas, portanto, importa mais como ser amadas, do que como se tornar pessoas amáveis (fáceis de serem amadas).

Na busca de amor, seguem-se diversos caminhos: homens – sucesso, poder, riqueza. Mulheres – tornarem-se atraentes, corpo, vestuário. Todos – ter maneiras agradáveis, conversa interessante, prestatividade, modéstia, inofensividade.

Muitos crêem que nada há a aprender no assunto do amor, que o ponto principal é o objeto, não o aprendizado de amar. Talvez acreditem que o mais difícil é encontrar o objeto certo a amar, ou pelo qual ser amado.

Antigamente, em muitas culturas e ainda hoje em algumas culturas, não era o amor entre duas pessoas que levavam ao casamento, mas sim o desejo dos pais, acertos entre famílias. A idéia é de que após o casamento o amor se desenvolveria naturalmente. Ou pessoas apaixonadas que crêem que dentro do casamento se amarão para sempre porque a paixão presente terá o poder de manter o amor mútuo eterno sem precisar fazer nada.

Uma grande parte das pessoas fica confusa com relação ao êxtase que sentem num momento quando se sentem tomadas pela “loucura da paixão”, crendo que isto é amor. Pensam que a intensidade da paixão que sentem é como uma prova da intensidade do seu amor. Mas isso pode é provar o grau de sua anterior solidão e provável carência emocional.

Quando há falhas, rompimentos, separações, é importante examinar as razões dessa falência e estudar para entender a significação do amor, ao invés de prepotentemente achar-se capaz de amar perfeitamente e partir logo para outro relacionamento.

O amor parece ser uma arte e como tal é preciso aprendê-la, como a música, a carpintaria, a medicina, a engenharia. Nele há três aspectos a serem aprendidos:
a) Teórico;
b) Prático;
c) Dedicação.
Para o psicanalista Erich Fromm (1900-1980) os seres humanos têm a tendência natural a pressupor que amar é uma coisa fácil, pelo que buscamos ser amados antes que amar. Segundo Fromm, a capacidade de amar só se adquire plenamente na madurez pessoal: O amor infantil diz: Te amo porque te necessito (o qual é um afecto egoísta); mas o amor maduro expressa: Te necessito porque te amo.
Segundo o reconhecido psicanalista existem vários tipos de amor que convém classificar na seguinte sequência:
-Amor filial: É o vínculo que unifica o núcleo familiar mediante as relações frutíferas entre pais e filhos.
-Amor materno: É a aceitação incondicional onde a mãe ama o seu filho sem depender de nenhum mérito nem qualidade que influa na sua determinação em acolher e cuidar de seus filhos.
-Amor paterno: Baseia-se na condição dentro da qual o filho cumpra ou obedeça às normas de comportamento estabelecidas pela autoridade do pai, que o protege e motiva o filho a pôr em prática a sua capacidade de lealdade, respeito e responsabilidade necessários na vida adulta.
-Amor a si mesmo: consiste numa adequada valoração da nossa auto-estima sem a qual é impossível estabelecer qualquer tipo de apreço pelas pessoas que nos rodeiam.
-O Amor romântico: É a atracção física e mental que produz uma compatibilidade de sentimentos entre duas pessoas do sexo oposto, o que gera uma relação de reciprocidade entre o casal que os liga num compromisso que mais tarde deriva num lar compartilhado.
-O amor neurótico: Existe, não obstante algumas falsas concepções do amor que deveríamos identificar para evitar manter relações humanas que afectem a nossa saúde integral, pelo que Fromm recomenda de evitar obsessionar-se com uma pessoa em particular -amor idolátrico- que reduz o nosso suposto amor a uma simples dependência psicológica que gera uma profunda pena, frustração e desilusão.
Por último Erich Fromm recorda que amar é a ação de dar a vida sem reservas enquanto que o egoísmo mata a vontade da pessoa que deseja receber o que não é capaz de gerar em qualquer pessoa (Aqui aplica-se perfeitamente a lei da reciprocidade onde mais bem-aventurada coisa é dar que receber).
Se uma coisa aprendi da leitura deste livro é que a arte de amar é o empreendimento mais importante a que podemos aspirar nesta vida. Sim, como uma planta, o semeamos através da confiança e empatia, o regamos com carinho e perseverança e o cultivamos com o conhecimento mais íntimo das pessoas que amamos.

sábado, 8 de novembro de 2008



[ la confiance est ]

... andar na chuva mesmo podendo adoecer.
... apostar tudo correndo o risco de perder.
... dedicar-se sem medo de fracassar.
... ir contra todos e descobrir o que é amar.
... dar espaço e ter 'A' certeza de que não vão te traír.
... decepcionar-se e mesmo assim não se deixar iludir.
... ir atrás mesmo quando te dizem não quero mais.
... amar com a alma! Sabendo que isso não morre jamais.
... dizer "posso te fazer feliz", ainda que pense que não tenho razão.
... perdoar, antes mesmo de pedirem perdão.

Achei umas figurinhas antigas " amar é ...". Entre as páginas - que nunca completei do - album não achei" amar é confiar". E fiquei aqui com meus botões indagando que sempre foi essa umas das minhas definições pra amar. Confiar. Confiança. 'O' Sentimento, ou melhor a certeza do outro na minha vida. Talvez seja por isso que apostei tudo - sem medo, amando, correndo, dizendo, perdoando ... - e hoje digo que não me quebro a toa. Posso sim estar com umas fissuras, mas nada que tenha abalado muito a estrutura a ponto de desmoronar. Amo! Meus amigos. Meu cachorro. E alguém que insiste em falar que não tem estrutura pra fazer parte disso tudo, mas que evidência - mais uma vez - uma imensa vontade de voltar...

Seja bem vindo ao meu mundo.
Onde sou camaleão...

foto by Henrik... 2008.10.17 - CEMUNI III - na chuva ... no cubo!

domingo, 2 de novembro de 2008

[ as pessoas não se precisam, elas se completam; não por serem metades, mas por serem inteiras, dispostas a dividir objetivos comuns, alegrias e vida] Mario Quintana

e por ser completa, admito que a saudade existe. que o perdão é sincero. e que a mudança é ral ...

momento de revisão de conceitos!!!

quinta-feira, 23 de outubro de 2008



[ Heterogeneidade] uma teoria sobre o urbanismo


O que caracteriza a sociedade de uma maneira geral é a diversidade, ou seja, a variedade de tipos de personalidade no ambiente. A mobilidade do indivíduo provoca uma maior instabilidade e insegurança na estrutura social.

Essa personalidade diferênciada que dita o agrupamento natural dos indivíduos, e esses, por sua vez, não agem isoladamente, e sim em grupo.

Esses grupos, de maneira geral, se tangenciam, e quando se interceptam, o fazem de maneira mais diversificada possível, proporcionando indivíduos de grupos menos favorecidos o poder de maiores interações.

A mobilidade dentro do grupo é instável devido a sua organização que se estabelece de acordo com determinadas afinidades, uma vez que no meio urbano o que os mantêm agrupados é a renda, raça, língua e status social (alguns não muito estáveis).

Essa mobilidade social não proporciona ao indivíduo um vínculo permanente com o local como na sociedade rural. Sua fixação é muito mais influênciada pela conveniência de facilidade e praticidade que o lugar proporciona do que na verdade vínculos afetivos.

A sociedade classificada principalmente pela econômia e desenvolvimento gerou, em grande parte, um mercado impessoal – a produção em massa, e, conseqüentemente, a maior divisão e setorização do trabalho. Em função dessa econômia, os laços de agrupamento se estreitam cada vez mais e a aquisição de bens se torna a característica mais analisada na setorização social.

Diante de tanta diversidade, o uso dos veículos de informações comuns dos grupos – como escolas, cinemas, jornais, rádios – passa a ser estabelecido como uma média para que assim possam ser ajustados em função das necessidades coletivas devido sua clientela ser representada em sua maioria pelas massas, atuando, assim, como atividade niveladora.

Usando esses mesmos veículos o processo político atinge as massas por meio de apelos promocionais de propagandas. São os “apelos às massas”.

O cidadão que participa, de alguma forma, desses movimentos sociais, acaba perdendo um pouco sua individualidade para formar com esse grupo maior um pensamento prioritariamente coletivo.


Foto: Porto de Vitória. 2008/10/23. Janaína Schmidel.


sexta-feira, 10 de outubro de 2008


[Ai Se Sesse] Zé da Luz

Se um dia nós se gosta-se
Se um dia nós se quere-se
Se nós dois se emparea-se
Se jutim nós dois vive-se
Se jutim nós dois mora-se
Se jutim nós dois drumi-se
Se jutim nós dois morre-se
Se pro céu nós assubi-se
Mas porém se acontece-se de São Pedro não abri-se
A porta do céu e fosse te dizer qualquer tolice
E se eu me arrimina-se
E tu com eu insinti-se
Prá que eu me arresouve-se
E a minha faca puxa-se
E o bucho do céu fura-se
Távez que nós dois fica-se
Távez que nós dois cai-se
E o céu furado arria-se
E as virgem todas fugir-se


Bateu um saudosismo tão gostoso hoje de tudo que vivi em Recife/Olinda...

- de sentir um vento diferente desarrumando os cabelos.

- de um cheiro bom da Casa de Noca com aquela macaxeira, carne de sol com manteiga de garrafa.

- de um blues, numa voz roca.

- do 'Burburinho'.

- de água tão azul que chega a doer os olhos.

- de ruas e prédios que contam uma história tão familiar.

- de paralelepipedos.

- dos trilhos do antigo bonde.

- do cais do porto.

- do pernambucano...

quarta-feira, 8 de outubro de 2008





com uma flor...

[ Porque você é uma menina com uma flor e tem uma voz que não sai, eu lhe prometo amor eterno, salvo se você bater pino, o que, aliás, você não vai nunca porque você acorda tarde, tem um ar recuado e gosta de brigadeiro: quero dizer, o doce feito com leite condensado.

E porque você é uma menina com uma flor e chorou na estação de Roma porque nossas malas seguiram sozinhas para Paris e você ficou morrendo de pena delas partindo assim no meio de todas aquelas malas estrangeiras. E porque você sonha que eu estou passando você para trás, transfere sua d.d.c. para o meu cotidiano, e implica comigo o dia inteiro como se eu tivesse culpa de você ser assim tão subliminar. E porque quando você começou a gostar de mim procurava saber por todos os modos com que camisa esporte eu ia sair para fazer mimetismo de amor, se vestindo parecido. E porque você tem um rosto que está sempre um nicho, mesmo quando põe o cabelo para cima, parecendo uma santa moderna, e anda lento, e fala em 33 rotações mas sem ficar chata. E porque você é uma menina com uma flor, eu lhe predigo muitos anos de felicidade, pelo menos até eu ficar velho: mas só quando eu der uma paradinha marota para olhar para trás, aí você pode se mandar, eu compreendo.

E porque você é uma menina com uma flor e tem um andar de pajem medieval; e porque você quando canta nem um mosquito ouve a sua voz, e você desafina lindo e logo conserta, e às vezes acorda no meio da noite e fica cantando feito uma maluca. E porque você tem um ursinho chamado Nounouse e fala mal de mim para ele, e ele escuta e não concorda porque ele é muito meu chapa, e quando você se sente perdida e sozinha no mundo você se deita agarrada com ele e chora feito uma boba fazendo um bico deste tamanho. E porque você é uma menina que não pisca nunca e seus olhos foram feitos na primeira noite da Criação, e você é capaz de ficar me olhando horas.

E porque você é uma menina que tem medo de ver a Cara-na-Vidraça, e quando eu olho você muito tempo você vai ficando nervosa até eu dizer que estou brincando. E porque você é uma menina com uma flor e cativou meu coração e adora purê de batata, eu lhe peço que me sagre seu Constante e Fiel Cavalheiro.

E sendo você uma menina com uma flor, eu lhe peço também que nunca mais me deixe sozinho, como nesse último mês em Paris; fica tudo uma rua silenciosa e escura que não vai dar em lugar nenhum; os móveis ficam parados me olhando com pena; é um vazio tão grande que as mulheres nem ousam me amar porque dariam tudo para ter um poeta penando assim por elas, a mão no queixo, a perna cruzada triste e aquele olhar que não vê. E porque você é a única menina com uma flor que eu conheço, eu escrevi uma canção tão bonita para você, "Minha namorada", a fim de que, quando eu morrer, você, se por acaso não morrer também, fique deitadinha abraçada com Nounouse cantando sem voz aquele pedaço que eu digo que você tem de ser a estrela derradeira, minha amiga e companheira, no infinito de nós dois.

E já que você é uma menina com uma flor e eu estou vendo você subir agora - tão purinha entre as marias-sem-vergonha - a ladeira que traz ao nosso chalé, aqui nessas montanhas recortadas pela mão de Guignard; e o meu coração, como quando você me disse que me amava, põe-se a bater cada vez mais depressa.

E porque eu me levanto para recolher você no meu abraço, e o mato à nossa volta se faz murmuroso e se enche de vaga-lumes enquanto a noite desce com seus segredos, suas mortes, seus espantos - eu sei, ah, eu sei que o meu amor por você é feito de todos os amores que eu já tive, e você é a filha dileta de todas as mulheres que eu amei; e que todas as mulheres que eu amei, como tristes estátuas ao longo da aléia de um jardim noturno, foram passando você de mão em mão até mim, cuspindo no seu rosto e enfrentando a sua fronte de grinaldas; foram passando você até mim entre cantos, súplicas e vociferações - porque você é linda, porque você é meiga e sobretudo porque você é uma menina com uma flor. ] Vinicíus de Moraes.

Eu que fiz! Ando tão prendada ultimamente! Mentira. Na verdade é minha terapia, já que não posso ir nadar!!!

quarta-feira, 1 de outubro de 2008


Rafael França de Almeida. 8 anos.

[ Love In The Afternoom] Legião Urbana

É tão estranho
Os bons morrem jovens
Assim parece ser, quando me lembro de você
Que acabou indo embora, cedo demais
Quando eu lhe dizia, me apaixono todo dia
É sempre a pessoa errada
Você sorriu e disse: eu gosto de você também
Só que você foi embora cedo demais
Eu continuo aqui
Meu trabalho e meus amigos
E me lembro de você
Dias assim, dias de chuva, dia de sol
E o que sinto não sei dizer
Vai com os anjos, vai em paz
Era assim todo dia de tarde
A descoberta da amizade, até a próxima vez.
É tão estranho
Os bons morrem antes
E lembro de você e de tanta gente que se foi cedo demais
E cedo demais,eu aprendi a ter tudo que sempre quis
Só não aprendi a perder
E eu que tive um começo feliz
Do resto não sei dizer
Lembro das tardes que passamos juntos
Não é sempre mas eu sei
Que você está bem agora
Só que neste ano eu sei que o verão acabou
Cedo demais


Há muito tempo não consigo escutar Legião Urbana. Saudades de um tempo, de pessoas...
Homenagem ao grande amigo que se foi cedo demais
!

domingo, 21 de setembro de 2008


"O MAIOR DESEJO DA BOCA É O BEIJO". FOTO REMANESCENTE DAS UNHAS VERMELHAS DE NITERÓI...


[ Ensaio sobre o Arrependimento ]

Arrepender-se é enganar a si mesmo. Você entendeu, eu vou falar mal do arrependimento, mas a crítica desta vez não seguirá nenhum dos motivos que você conhece e que provavelmente tenha escutado exaustivamente por toda a ida, portanto não se vá tão prontamente, por favor me conceda a atenção por ais alguns parágrafos.


Por que alguém se arrepende?


Esmalte, por exemplo, pode ser um objeto de arrependimento.


- Droga, eu não devia ter pintado a unha de vermelho justo nessa semana que em almoço na cada dos pais do...


Veja bem, a moça acima se toma por alguém racional o suficiente para não ceder à cor quente em função do bom convívio social. O caso é que ela não é racional o suficiente. Outra pessoa poderia ter ido ao mesmo cabeleireiro e pintado às unhas de cor insípida. Mas esta não, a nossa personagem escolheu o vermelho, ela estava ali, numa situação real, com acesso a toda informação existente, e no momento crucial da pergunta:

- O que vai ser hoje, Dona?


Ela respondeu.

- Vermelho, por favor. Aquele ali do cantinho.


Simples assim? Simples assim! Está arrependido por ter escolhido uma profissão pelos motivos errados? Talvez você não seja tão esperto assim como imagina. Acha que casou com um homem desinteressante? Então comece a se perguntar por que foi que você demorou tanto tempo para notar este detalhe.

- Mas, todos nós, seres humanos, cometemos erros na vida.


Sim, e ainda bem, já imaginou a chatice do contrário? Nós agimos de acordo com o que somos, pensamos, sentimos, acreditamos, sabemos, as nossas ações são o melhor reflexo de nós mesmos. Daí espera-se que à medida que o tempo passa todos os acertos, erros, e segundos a mais de vida nos modifiquem. Agora, me conta onde entra o arrependimento nesta história? Se você fez alguma coisa antes que não repetiria agora, ótimo, você mudou. Parabéns. Então faça diferente desta vez. Vai lá, faz melhor. Que sentido faz se arrepender? Admita você era pior antes, felicite-se, você poderia estar pior agora. Pegue todas as discordâncias entre o seu “eu - passado” e o seu “eu – presente” e faça diferente.


Não se vá ainda, eu guardei a melhor parte para o final.

O caso é que ninguém quer fazer diferente. Eu, por exemplo, tenho plena consciência da inutilidade das palavras “faça diferente” e ainda assim as escrevo em destaque. Talvez porque gostaria de ser utilitarista e gastar meu tempo produzindo resultados, mas eu não sou. Eu sou dispersa, distraída, um pouco mimada, e gosto de fazer as coisas sem o mais absoluto motivo. Quanto mais inútil, melhor. E assim se passa com o arrependido, ele não mudou, ele não faria diferente se pudesse, porque pode, e não faz. O arrependido gosta de imaginar ser uma pessoa melhor, mais racional, mais esperta, mais caridosa, mas não o é, nem tem intenção de sê-lo. A ilusão o faz sentir-se melhor consigo mesmo. Por isso o arrependido inventa desculpas, diz ser tarde. O arrependimento é um auto-consolo.


- Se eu pudesse voltar no tempo...


Como sabemos que voltar no tempo, ainda, não é possível. A pessoa imediatamente está livre de assumir responsabilidade pelos seus atos. Porque afinal, ela faria diferente, certo? Errado. Mas fique tranqüilo, eu não estou aqui para estragar o seu final de semana, você tem toda a liberdade do mundo para arrepender-se e enganar a si mesmo, mas faça a gentileza de fazer isso bem baixinho, sim?

sábado, 20 de setembro de 2008


JULHO/2007. BH. AVENIDA AFONSO PENA

Nós, que conhecíamos tão bem um ao outro, somos hoje perfeitos estranhos. Horas poderiam ser gastas falando sobre tudo que nos aconteceu, e não bastaria. Eu poderia tecer metáforas, digressões e teorias, e ainda assim não seria suficiente. Estamos a léguas de distância um do outro - e, paradoxalmente, há poucos minutos.
Tanto tempo eu precisei para entender o que você me disse naquele dia. Foi preciso ir tão longe para entender teu olhar, naquela tarde, quando retruquei com uma verdade em forma de piada. Tua resposta veio nos olhos, tão contraditória que simplesmente não entendi. Somente quando um outro alguém me disse o mesmo, pude perceber como passei longe da tua verdade naquele momento, e como devo ter te ofendido com a tal piada.
Cheguei ao mesmo ponto que você, e não queria estar aqui. Preferiria um mundo menos cinza, menos irônico e auto-defensivo. Só que não é uma questão de escolha. Nunca foi.
Hoje, caminhamos na mesma direção, solitários. Juntos, mas afastados. Não poderia ser de outro modo. Jamais seria. E penso em estender-te a mão de vez em quando, mas é impossível. Sou como você, agora. Mesmo caminho. Estradas diversas. Adeus, ou até qualquer dia.

Escrito no inicio de agosto/2008. Resolvi publicar agora mais para explicar o conceito desta nova categoria que me encontro. Chamava-se Fugas, e é lugar para ficção. Não é para ser levado a sério. Não é a minha vida. É exercício literário, ponto. Mudei o nome para Crônicas numa tentativa de deixar isso mais claro.

Obviamente, no entanto, nenhum texto nasce do nada.

É preciso, sobretudo, dar tempo ao tempo.

Amizades não se constroem da noite para o dia.

sábado, 13 de setembro de 2008


[ Montagem antiga de momentos mais antigos ainda...]

Como Nossos Pais [ Composição: Belchior; mas na voz da Elis Regina ]
Não quero lhe falar,
Meu grande amor,
Das coisas que aprendi
Nos discos...

Quero lhe contar como eu vivi
E tudo o que aconteceu comigo
Viver é melhor que sonhar
Eu sei que o amor
É uma coisa boa
Mas também sei
Que qualquer canto
É menor do que a vida
De qualquer pessoa...

Por isso cuidado meu bem
Há perigo na esquina
Eles venceram e o sinal
Está fechado prá nós
Que somos jovens...

Para abraçar seu irmão
E beijar sua menina na rua
É que se fez o seu braço,
O seu lábio e a sua voz...

Você me pergunta
Pela minha paixão
Digo que estou encantada
Com uma nova invenção
Eu vou ficar nesta cidade
Não vou voltar pro sertão
Pois vejo vir vindo no vento
Cheiro da nova estação
Eu sei de tudo na ferida viva
Do meu coração...

Já faz tempo
Eu vi você na rua
Cabelo ao vento
Gente jovem reunida
Na parede da memória
Essa lembrança
É o quadro que dói mais...

Minha dor é perceber
Que apesar de termos
Feito tudo o que fizemos
Ainda somos os mesmos
E vivemos
Ainda somos os mesmos
E vivemos
Como os nossos pais...

Nossos ídolos
Ainda são os mesmos
E as aparências
Não enganam não
Você diz que depois deles
Não apareceu mais ninguém
Você pode até dizer
Que eu tô por fora
Ou então
Que eu tô inventando...

Mas é você
Que ama o passado
E que não vê
É você
Que ama o passado
E que não vê
Que o novo sempre vem...

Hoje eu sei
Que quem me deu a idéia
De uma nova consciência
E juventude
Tá em casa
Guardado por Deus
Contando vil metal...

Minha dor é perceber
Que apesar de termos
Feito tudo, tudo
Tudo o que fizemos
Nós ainda somos
Os mesmos e vivemos
Ainda somos
Os mesmos e vivemos
Ainda somos
Os mesmos e vivemos
Como os nossos pais...

[ É que eu estou assitindo o meu programa favorito de entrervista - Jô Soares. E Belchior abriu o bloco cantando, e fez um sentido insuportável essa melodia... ]

terça-feira, 9 de setembro de 2008

[Falar é completamente fácil, quando se tem palavras em mente que expressem sua opinião.
Difícil é expressar por gestos e atitudes o que realmente queremos dizer, o quanto queremos dizer, antes que a pessoa se vá.

Fácil é julgar pessoas que estão sendo expostas pelas circunstâncias.
Difícil é encontrar e refletir sobre os seus erros, ou tentar fazer diferente algo que já fez muito errado.

Fácil é ser colega, fazer companhia a alguém, dizer o que ele deseja ouvir.
Difícil é ser amigo para todas as horas e dizer sempre a verdade quando for preciso.

E com confiança no que diz.

Fácil é analisar a situação alheia e poder aconselhar sobre esta situação.
Difícil é vivenciar esta situação e saber o que fazer. Ou ter coragem pra fazer.

Fácil é demonstrar raiva e impaciência quando algo o deixa irritado.
Difícil é expressar o seu amor a alguém que realmente te conhece, te respeita e te entende.

E é assim que perdemos pessoas especiais.

Fácil é mentir aos quatro ventos o que tentamos camuflar.
Difícil é mentir para o nosso coração. Fácil é ver o que queremos enxergar.

Difícil é saber que nos iludimos com o que achávamos ter visto.

Admitir que nos deixamos levar, mais uma vez, isso é difícil.

Fácil é dizer "oi" ou "como vai?"
Difícil é dizer "adeus".

Principalmente quando somos culpados pela partida de alguém de nossas vidas...

Fácil é abraçar, apertar as mãos, beijar de olhos fechados.
Difícil é sentir a energia que é transmitida.

Aquela que toma conta do corpo como uma corrente elétrica quando tocamos a pessoa certa.

Fácil é querer ser amado.
Difícil é amar completamente.

Amar de verdade, sem ter medo de viver, sem ter medo do depois.

Amar e se entregar.

E aprender a dar valor somente a quem te ama.

Fácil é ouvir a música que toca.
Difícil é ouvir a sua consciência.

Acenando o tempo todo, mostrando nossas escolhas erradas.

Fácil é ditar regras.
Difícil é seguí-las.

Ter a noção exata de nossas próprias vidas, ao invés de ter noção das vidas dos outros.

Fácil é perguntar o que deseja saber.
Difícil é estar preparado para escutar esta resposta.

Ou querer entender a resposta.

Fácil é chorar ou sorrir quando der vontade.
Difícil é sorrir com vontade de chorar ou chorar de rir, de alegria.

Fácil é dar um beijo.
Difícil é entregar a alma.

Sinceramente, por inteiro.

Fácil é sair com várias pessoas ao longo da vida.
Difícil é entender que pouquíssimas delas vão te aceitar como você é e te fazer feliz por inteiro.

Fácil é ocupar um lugar na agenda telefônica.
Difícil é ocupar o coração de alguém.

Saber que se é realmente amado.

Fácil é sonhar todas as noites.
Difícil é lutar por um sonho.

Eterno, é tudo aquilo que dura uma fração de segundo, mas com tamanha intensidade, que se petrifica, e nenhuma força jamais o resgata. ] Carlos Drummond de Andrade

Adoro ganhar livros, principalmente quando eles possuem este tipo de sabedoria. E ainda há quem ignore o real significado de simples gestos ... E assim estão fardados a carregar um peso nas costas, aquele peso, o pior dos pesos: a conciência tem de estar sempre de regime!
"Esse teu amor não vale nada
E esse meu despreso, acho que não tem mais fim
Resolvi que tenho a vida inteira
Pra sentir de perto, essa tua ausência em mim

Que faz aqui?
Já não te falei?
Você vem de longe e diz: Eu voltei
Não, não faz assim
Sei do teu desejo mas, vem me dar um beijo em paz seguir
Tão perto, por onde for, tão certo

Esse filme já não faz sentido
Palmas para ele, não suporto mais seu fim
Lembra aquela cena na varanda?
Você de partida, nem se quer saber de mim

Que faz aqui? já não te falei?
Você vem de longe e diz: Eu voltei!
Não, não faz assim.
Sei do teu desejo mas, vem me dar um beijo em paz seguir
Tão perto, por onde for, tão certo"

achado num perfil alheio ... mas fez todo um sentido colocando as pessoas certas nas história!!!

domingo, 17 de agosto de 2008



[ I Just Called To Say I Love You ] Composição: Stevie Wonder

No New Year's day to celebrate
No chocolate covered candy hearts to give away
No first of spring
No song to sing
In fact here's just another ordinary day

No April rain
No flowers bloom
No wedding Saturday within the month of June
But what it is, is something true
Made up of these three words that I must say to you

I just called to say I love you
I just called to say how much I care
I just called to say I love you
And I mean it from the bottom of my heart

No summer's high
No warm July
No harvest moon to light one tender August night
No autumn breeze
No falling leaves
Not even time for birds to fly to southern sky
No Libra sun
No Halloween
No giving thanks to all the Christmas joy you bring
But what it is, so old so new
To fill your heart like no three words will ever do

I just called to say I love you
I just called to say how much I care
I just called to say I love you
And I mean it from the bottom of my heart

I just called to say I love you
I just called to say how much I care, I do
I just called to say I love you
And I mean it from the bottom of my heart
Of my heart,
...... of my heart

***
Saudades da minha saia xadrez vermelha, da meia arrastão, do salto 13cm ...

sábado, 16 de agosto de 2008




[ o homem que desafiou a vontade ]

Teve fome então comeu. Foi comendo, mastigando impetuosamente até não dar mais conta do que havia no prato. Comeu feito um colosso e quando deu-se por satisfeito veio o sono. Então dormiu. Acordou e ficou a olhar para o teto, alisando a barriga farta. Glutão despudorado. Animal sem termo. Agora saciado, aplacado pelo tédio, recorreu à tv. Umas apresentadoras muito gostosas hoje em dia. Foi visitar a moça da qual usufruía seus serviços com certa regularidade. Infeliz. Depois, olhando pro teto enquanto ela se lavava para o próximo cliente, arrastou os dedos por entre os cabelos e desesperou-se em silêncio; sabia que sentiria fome dali a pouco. Glutão encarcerado, és um servo. Decidiu ser livre e valeu-se do direito de morte, deitando na cama e recusando-se a comer. Nada do que lhe ofertavam o persuadia a mudar de idéia. Filé mignon, batata frita, bacalhau, maminha, feijoada, servidos pelo padre, depois pelo bombeiro e até pelo repórter do programa das seis. O homem, convicto, acreditava ter descoberto o sentido da vida, tinha plena certeza de que na greve das fomes residia a redenção da humanidade. Caminhava, feliz e magro, cadavérico na verdade, a uma morte que libertaria-no da “prisão da existência”. Era até uma atitude bem justificada este fim martírico que ele procurava, mas o regime durou até as entranhas famintas contorcerem dolorosamente, feito uma súplica derradeira de piedade. Aí teve um outro estalo de consciência; não poderia simplesmente morrer. Teria de continuar seu caminho para ser a testemunha viva da libertação. O calo que aperta os sapatos da mãe natureza. Decidiu que era o profeta de que necessitavam, esses pobres miseráveis, imersos no sonho irreal da vida. Tacharam-no de louco, nunca lhe davam ouvidos. Começou a andar sujo, esquivo, barbudo, despido de qualquer vaidade. Alimentava-se de grãos, frutos das árvores, cocô de passarinho... matava a sede com água de poça, água de chuva. Era uma caça à verdadeira razão de existir. Cismou com as pernas e as funções corporais; são as cordas da marionete. Sentou-se embaixo de um jequitibá e adquiriu a postura de um Sidarta. Eram duas árvores enraizadas no meio da praça; a centenária e o aprendiz de vegetal. E ficou lá, incomunicável, intocável, pagando o preço da liberdade, totalmente ebsorto de toda a mudança que se operava a sua volta. Fechou os olhos e desafiou o tempo. Já decrépito, passando por estátua aos pombos, foi combatendo os dissabores da carne até que ela um dia deixou de lhe pedir ar. E assim o mundo inteiro morreu com ele.

***

Um vira-latas veio rodeando-lhe, desconfiado, e perdeu o medo quando percebeu que a carne ainda fresca já não vinha acompanhada de vida. Então teve fome e comeu.

quinta-feira, 14 de agosto de 2008



[modificação pós férias - voltando a rotina - abrindo espaços]

Necessitei fazer modificações no 'apartamento'. Há muito já devia ter feito, mas por falta de tempo, comodismo, ou sei lá o que não tinha tido a coragem de iniciar. Fazem mais de 30 dias que comecei e ainda não consegui colocar as coisas em ordem. Na verdade, terei de descobrir qual a nova ordem, pois nada voltará a ficar como antes, o que é bom, pois renovou,abriu espaços, mudou a aparência externa, o que refletiu no interior de cada um visto que está proporcionando mais prazer para quem necessitava que tais modificações fossem realizadas e está mais adaptado às necessidades reais.
Muitas coisas que foram descartadas estiveram guardadas durante anos como sendo algo importante e, no entanto, nem lembrávamos delas, Qual a importância, então, se delas pudemos prescindir durante tanto tempo?
Na realidade foi um saudável exercício de desapego.
Creio que o fato de ter que fazer uma revisão atenta de tudo, de encontrar coisas esquecidas que estavam preenchendo espaços físicos, mas que não habitavam mais em minha memória, leva a repensar o porquê de tais atitudes.
Trabalhamos bastante para ter condições de comprar coisas que necessitamos (para encher espaços ou inflar o ego), depois nos queixamos do excesso. E assim vamos levando a vida num eterno desconforto, reclamando de algo por excesso ou por falta. Onde está o equilíbrio? Ele existe como fruto de nossas escolhas e ações. E, assim como mudar para voltar a ser o que era antes é exemplo de involução, mudar para estabelecer a mesma ordem é o mesmo que repetir os erros, trocar uma relação por outra semelhante (o que é muito comum, geralmente porque o erro está na pessoa que reincide).
Entre papéis já sem valor, roupas em desuso, recordações boas e outras nem tanto vou garimpando, abastecendo a memória, reciclando sentimentos, doando os excessos, que supriram carências e que hoje só servem para nos deixar ilhado no passado sem transpor em definitivo as pontes que nos levarão a novos rumos. É certo que muitas vezes é o medo de empreender certas travessias que nos deixa prisioneiros no tempo já esgotado.
Então o acertado é olhar à frente, explorar novas possibilidade, novos caminhos sempre procurando equilíbrio para não viver em descompasso consigo, com os outros com o ambiente de modo a estabelecer bons fluxos de energia que não são permitidos quanto há excesso quer de coisas materiais que impedem a liberdade de movimento ou de emoções não trabalhadas, não elaboradas que impedem o crescimento.

Abrir espaços é libertar-se, abrir clareiras externas e internas, deixar que sentimentos sejam exteriorizados e se transformem, pois como diz Zeca&Fagner, "sentimento ilhado, morto amordaçado volta a incomodar."

Obrigada... R².C.

terça-feira, 12 de agosto de 2008



Debaixo D'agua [Composição: Arnaldo Antunes]

Debaixo dágua tudo era mais bonito mais azul mais colorido só faltava respirar

Mas tinha que respirar


Debaixo dágua se formando como um feto, sereno confortável amado completo sem chão sem teto sem contato com o ar


Mas tinha que respirar
Todo dia
Todo dia, todo dia

Debaixo dágua por encanto sem sorriso e sem pranto, sem lamento e sem saber o quanto esse momento poderia durar

Mas tinha que respirar

Debaixo dágua ficaria para sempre ficaria contente, longe de toda gente para sempre no fundo do mar

Mas tinha que respirar
Todo dia
Todo dia, todo dia

Debaixo dágua protegido salvo fora de perigo, aliviado sem perdão e sem pecado sem fome sem frio sem medo sem vontade de voltar

Mas tinha que respirar

Debaixo dágua tudo era mais bonito, mais azul mais colorido, só faltava respirar.

Mas tinha que respirar
Todo dia
Todo dia, todo dia

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em ritmo de olimpiadas e voltando ao cotidiano.
... só falta respirar.

sábado, 9 de agosto de 2008

Era Você [Composição: Vanessa da Mata]
Naquela rua
Movimentada
Meu corpo passa
Naquele beco
Naquela praça
Os meus pés
Descalços
Morenos
Parados
Marchando
Meus olhos pequenos
Pararam de amar
Naquela rua
Movimentada
Era você
Naquele beco
Naquela praça
Deixei de ser
Moleca
Morena
Bonita
Um sonho
Meus olhos
Meus planos
Deixaram de amar
Parei de amar
Se Deus quiser e me cuidar
Meu coração vai andar
Na paz que eu tanto quero
Parei de amar
Naquele caso era justo
Naquele amor tão sofrido
Amava com solidão
Moleca
Morena
Bonita
Um sonho
Meus olhos
Meus planos
Deixaram de amar
Meu lar
Meu coração
Meu doce corpo são
Minha voz
Sem nó
Minha luz
Nenhuma armadilha dessa estrada vai me fazer sofrer
_____________________________________________
oh identificação!
desde 'existem dois tipos de pessoas: aquelas que tem medo de chuva e aquelas que tomam banho de chuva', no embalo do 'ai, ai, ai ...'.
afinal: sempre gostei das águas!
musicas que não saem do 'mp3', melodias que não saem do pensamento, ritmos que definem os movimentos e letras que definem momentos...
-

sexta-feira, 8 de agosto de 2008

Sou um adepto da razão e não me orgulho...


Aprender a ter o olhar das crianças, que me fora roubado, pelo tempo e pela razão. Aprender a não saber explicar cientificamente tudo e não querer passar uma mensagem a todo momento, aprender a coisificar o homem, (quando este o merece) humanizar as coisas. Aprender que já fui criança, sendo assim, posso ser novamente, não a mesma, mas criança ainda posso ser. Aprender a surpreender com as banalidades, aprender que tudo é de repente, que nada é surreal, aprender que os pássaros não voam com ajuda dos ossos pneumáticos e sim por um pó de um anjo real. Aprender a por os pés no chão, levar as pedras solitárias pra sua multidão, movê-las, mover o mundo. Salvar a formiga perdida.


O poste está só, deve estar pensativo ou triste, nem as pombas o acompanham mais, fica ligado a fios, lá no alto, longe dos amigos. Algumas maritacas e pássaros já cantaram pra ele, mas pela sua frieza, parece que foi abandonado. Talvez o poste preferisse ser uma bala perdida e ficar alojado no peito ou pelo menos passear voando, livre por alguma avenida. Meu olhar de criança está ainda contaminado, penso no peito da vítima e esqueço que a bala perdida pode ser doce e não metal.


Um dia ainda consigo...

quinta-feira, 7 de agosto de 2008

[ em uma aula de filosofia ...]

As fantasias têm de ser irreais.
Porque no momentos, no segundo que conseguem o que quer não quer, não pode querer mais. Para poder continuar a existir o desejo tem de ter os objetos eternamente ausentes. Vocês não querem 'algo', querem a fantasia desse 'algo'. O desejo apóia fantasias desvairadas. Foi essa a idéia de Pascal ao dizer que 'somos eternamente felizes quando sonhamos acordados com a felicidade futura'.

Daí o ditado: 'O melhor da festa é esperar por ela'. Ou 'Cuidado com os seus desejos ...'
Não pelo fato de conseguir o que quer mas pelo fato de não querer mais depois de conseguir.

Então a lição de Lacan é:

"Viver de desejos não traz a felicidade. O verdadeiro significado de ser humano é a luta para viver por idéias e ideais. E não medir a vida pelo que obtiveram em termos de desejo mas pelos momentos de integridade, compaixão, racionalidade e até auto-sacrificio. Porque no final a única forma de medir o significado de nossas vidas é valorizando a vida dos outros."

Tenho assistido muitos filmes, e este considero especial. Porque no momento anseio por justiça, mas não a pena de morte como forma de punição.



A Vida de David Gale.
O filme possui um discurso humanista, mas peca na direção unidimensional, mas não há como ficar indiferente ao ponto de vista do roteiro sobre a verdade conceitual da pena de morte, de que maneira real ela serve como combate à criminalidade e a violência. Chega a ser manipulativo, mas fato que acho necessário para os fatos que o filme quer discutir.
Para isto a trama coloca um professor de filosofia, David Gale, (Kevin Spacey, muito bem na transição professor respeitável - alcoólatra suspeito de um crime) participante de uma ONG pró-vida, juntamente com sua melhor amiga e vitima de um assassinato (Laura Linney, novamente muito bem em cena). Assim, ocorre uma original situação, uma pessoa completamente contra a pena de morte se vê no corredor da morte, por um crime que se diz inocente.